INCIDÊNCIA DE SÍFILIS EM GESTANTES

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Luis Felipe De Carvalho Piveta
Camila Fernanda Gonçalves
Karla Adriana dos Santos

Resumo

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST), de notificação compulsória no Brasil e, um problema de saúde em diversos países; ficou conhecida no final do século XV, na Europa, e no século XIX, disseminou-se por todo o mundo. Esta doença é adquirida através do contato com a bactéria Treponema pallidum. Durante a relação sexual desprotegida, a estrutura desta espiroqueta penetra a pele e mucosas, sendo encaminhada ao sistema linfático, alterando posteriormente o sistema imune, gerando o quadro clínico da doença; este se alterna entre períodos de evolução e quadros de latência (sífilis latente); em períodos ativos, a sífilis possui três fases: primária, secundária e terciária, sendo as características clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas. Esta patologia merece especial atenção para os casos de sífilis congênita, sendo transmitida da gestante para o bebê em formação. O diagnóstico é realizado pelo exame de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) durante o pré-natal e, os resultados reagentes devem ser confirmados por testes laboratoriais específicos, tanto para gestante quanto para o bebê, após o nascimento. No Brasil, em 2013, dados epidemiológicos apresentaram 21.382 casos de sífilis em gestantes, sendo 2.141 na  região Norte, 4.433 na região Nordeste, 10.052 na região Sudeste, 2.795 na região Sul e 1.961 na região Centro-Oeste. Este trabalho objetiva levantar dados, através do exame VDRL, que caracterizem a sífilis como doença incidente durante a gestação. O estudo avaliou os resultados de VDRL de gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter ambulatorial e hospitalar, no período de 01/01/2013 a 31/12/2015; os resultados foram obtidos de um banco de dados de um Laboratório de Análises Clínicas de uma cidade do Noroeste Paulista. Foram avaliados 3.897 resultados, destes, 1.422 (36,5%) foram realizados no pré-natal e 2.475 (63,5%) realizados na internação para o nascimento do bebê; este percentual mostra que a procura para a realização do VDRL durante o pré-natal é inferior quando comparada aos exames realizados durante na internação das gestantes. Em relação à positividade, 3.812 (97,8%) foram não reagentes e 85 (2,2%) reagentes, gerando uma incidência de 0,93 casos por 1.000 nascidos vivos na cidade pesquisada; estatísticas nacionais demonstram que em 2013, 2014 e 2015 as taxas de incidência foram respectivamente 7,5; 9,3 e 11,2 casos/1.000 nascidos vivos. Este estudo concluiu que a incidência de gestantes infectadas neste período é baixa e satisfatória quando comparada os valores nacionais, provavelmente devido às ações voltadas para prevenção e conscientização da população estudada.

Palavras-chaves: Incidência. Sífilis. Gestantes.

 

REFERÊNCIAS:

 

AVELLEIRA, João Carlos Regazzi; BOTTINO, Giuliana. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. An. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, p.111-126, 2006.

 

EPIDEMIOLÓGICA, Serviço de Vigilância (Org.). Sífilis congênita e sífilis na gestação. Revista Saúde Pública, São Paulo, p.768-772, 2008.

 

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico ¿ Sífilis. Ano IV- nº 1, p. 9. 2015. Dísponível em: http://www.aids.gov.br/publicacao/2015/boletim-epidemiologico-de-sifilis-2015. Acesso: 15/05/2016.

 

SILVA, Ana Carolina Zschornak; BONAFE, Simone Martins: Sífilis: Uma abordagem geral. Anais eletrônicos do VII EPCC ¿ Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, Maringá, 2013.

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Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS