RASTREAMENTO DA DEPENDÊNCIA DE TABACO USANDO COMO FERRAMENTA O TESTE DE FARGESTRÖM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Tatiane Brasil de Souza Pretto
Brunna Souza Saraiva
Flavia Cristina de Freitas Maia
Reinaldo Antonio de Carvalho

Resumo

O tabaco está relacionado com grandes repercussões à saúde, como a ocorrência de doenças graves e até fatais. Como exemplos têm-se doenças respiratórias crônicas (doença pulmonar obstrutiva crônica ¿ enfisema e bronquiolite), doenças cardiovasculares (infarto e angina), neoplasias (principalmente câncer de pulmão) e doenças cerebrovasculares (acidente vascular encefálico). Além disso, é fator de risco para determinação de outras doenças como infecções respiratórias, impotência sexual, infertilidade, osteoporose, catarata, dentre outras. Assim, no Brasil, o tabagismo é responsa¿vel por 85% dos o¿bitos por doenc¿as respirato¿rias cro¿nicas, 30% dos o¿bitos provocados por câncer, 25% dos o¿bitos por infarto do mioca¿rdio e 25% dos o¿bitos por doenc¿a cerebrovascular. Dessa forma, é considerado um fator de risco isolado para doenças limitantes, uma vez que o usuário ao praticar o ato de fumar se expõe a inalação de pelo menos cerca de quatro mil substâncias tóxicas, sendo mais de quarenta delas de caráter cancerígeno. Um dos instrumentos de avaliação de uso de álcool e drogas é o Teste de Dependência à Nicotina de Fargeström (FTND). Trata-se de uma escala autoaplicável, de fácil entendimento e rápida aplicação (cerca de 5 minutos), que pode ser empregada para as mais diversas populações e contextos. O FTND é composto por seis itens. Suas questões apresentam formas distintas de respostas: duas questões são pontuadas em uma escala Likert de 0 a 3, e os demais itens permitem respostas em 0 (não) e 1 (sim). O escore total do FTND é obtido a partir da soma das respostas, sendo o máximo de 10 pontos. Seguindo um critério clínico proposto por Fargeström, os escores obtidos no teste permitem classificar a dependência física de nicotina em cinco níveis: muito baixa (0 a 2 pontos); baixa (3 a 4 pontos); moderada (5 pontos); alta (6 a 7 pontos); e muito alta (8 a 10 pontos). Relatar a experiência acadêmica enquanto futuros médicos na aplicação do teste de Fargeström como ferramenta de triagem para a inserção de dependentes de tabaco no Programa de Tabagismo do CAPS AD do município de Votuporanga-SP no primeiro semestre de 2017. Estudo transversal, descritivo, no qual foi utilizado um instrumento estruturado aos pacientes do CAPS AD de Votuporanga-SP sobre o grau de dependência à nicotina. Foi possível aos alunos avaliarem a aplicabilidade do teste de Fargeström como instrumento de rastreio de dependência ao tabaco. Ficou claro que a simplicidade das perguntas evita erros no entendimento pelos pacientes, ao mesmo tempo, que a quantidade de questões não tornam o teste cansativo, o que exclui a possibilidade de desatenção. Apesar de existir a possibilidade de o paciente minimizar sua dependência e assim responder com menos veracidade às perguntas, pôde-se perceber boa sensibilidade com o teste. Por fim, a aplicação  do questionário evidencia para o paciente o que muitas vezes é ignorado por ele mesmo, o grau da sua dependência. O FTND é um instrumento de rápida e fácil aplicação e interpretação que pode compor protocolos de equipes de saúde e ser manejado por diferentes profissionais. Assim, apresenta-se adequado para os serviços de saúde que demandam ferramentas de avaliação breve. Convém ressaltar que, na prática clinica o rastreamento deve ser somente o primeiro passo para um procedimento diagnóstico mais específico.

Palavras-chave: Tabaco. Dependência. Teste De Fargeström.

 

REFERÊNCIAS:

 

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Por um mundo sem tabaco: mobilização da sociedade civil. Ação global para o controle do tabaco o 1º Tratado Internacional de Saúde Pública. 3a ed. Rio de Janeiro: INCA; 2004. Disponível em: http://www. inca.gov.br/tabagismo/cquadro3/acao_global.pdf

 

Organização Mundial da Saúde. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 4ª ed. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1977.

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Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS