AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO HIGIÊNICA E SANITÁRIA DE SUPERFÍCIES INANIMADAS UTILIZANDO O BIOINDICADOR STAPHYLOCOCCUS AUREUS

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Cátia Rezende
Jéssica Silva de Lima
Lígia Maria Trolezi

Resumo

A intoxicação alimentar ocasionada pelo Staphylococcus aureus é uma das patologias veiculadas por alimentos mais frequente no mundo. Dentro desse contexto, avaliar as condições que os alimentos são manipulados é essencial para a prevenção de patologias. Tendo em vista essa proposição, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade higiênico-sanitária das superfícies inanimadas em uma indústria alimentícia no interior de São Paulo. Foram coletadas 30 amostras de superfícies inanimadas na área de produção, tendo como critério de escolha a frequência de manipulação pelos colaboradores e contato com os alimentos produzidos. A coleta foi realizada em dia e horário sem aviso prévio, para que não incorresse em viés metodológico e a possibilidade de limpeza das superfícies de tal forma que o objetivo não fosse alcançado. No dia da coleta, as superfícies foram friccionadas com swab estéril e acondicionado em tubo estéril com meio de transporte Stuart. Todos os tubos foram transportados em caixa isotérmica apropriada com temperatura ambiente. No laboratório Didático de Análises Clínicas do Centro Universitário de Votuporanga - São Paulo, os swabs foram agitados (Vortex ®) e semeados em ágar Sal Manitol Salgado, incubado a 35± 2ºC, por 24-48 horas. A análise macroscópica e microscópica foi realizada com posterior identificação bioquímica: catalase, coagulase, DNAse, utilizando as condições anteriormente descritas para incubação. Das 30 amostras, 10 (33,3%) apresentaram crescimento de Staphylococcus sp. Os locais com contaminação foram: esquadro, régua, máquina de embalar, carrinho, pá, caixa n°2, bancada, cortador pequeno e máquina de ar. Não foi isolada Staphylcoccus aureus somente Staphylococcus coagulase negativo (SCN). O resultado não confirma a segurança nos locais de manipulação dos alimentos, pois as espécies encontradas podem estar presentes na microbiota humana com baixo potencial de ocasionar patologias, mas reforça a importância da boa prática em manipulação dos alimentos. A educação contínua corrobora a baixa frequência de contaminação alimentar, prevenindo patologias na comunidade.

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