IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO DISCURSO POR MEIO DE CINCO MÚSICAS DE MARÍLIA MENDONÇA
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Resumo
Promovendo a importância do movimento feminejo, viu-se crescer o fenômeno que, com muitas canções de autoria própria, recebeu o título de "Rainha da sofrência" e conquistou o coração de muitos brasileiros ao cantar músicas baseadas em relatos reais, ora vividos por ela, ora por alguém conhecido (a). Nesse sentido, o presente trabalho busca compreender a relação entre a identificação do público com as letras da cantora Marília Mendonça, e analisar cinco canções de sua autoria: "Infiel" (2016), "De quem é a culpa" (2017), "A culpa é dele" (2018), "Música do Léo" (2019) e "Presepada" (2021). A fundamentação teórica do trabalho é baseada nos estudos de Eni Orlandi (2012), na
perspectiva do olhar da análise do discurso da cantora com seu público, nos fundamentos teóricos do filósofo e sociólogo Theodor Adorno (2002), evidenciando a cultura industrial, e do teórico cultural, do sociólogo jamaicano Stuart Hall (2006), com o olhar clínico sobre a identificação nas composições de Marília e do estudioso Ricardo Duarte Gomes da Silva (2021), ao mostrar aspectos do discurso e dos valores do feminejo. Como resultados,
percebeu-se que na maioria de suas entrevistas, embora a cantora dissesse não ser feminista, buscava e acreditava na igualdade de gênero, no respeito às mulheres, e na liberdade da mulher ser livre. Com base nesses levantamentos, é possível compreender que a identificação com as canções está diretamente ligada ao movimento feminejo, pois foi a partir das composições para um público até então limitado a canções que apresentavam, em sua maioria, vozes masculinas, mostrando a força das mulheres e reforçou a identificação pelo viés cultural, midiático e identitário.
Palavras-chave: Movimento feminejo. Rainha da sofrência. Identificação.