A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE NO CUIDADO PALIATIVO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Conteúdo do artigo principal

Karina Tomaz Rolo
Úrsula De Camargo Borsato
Fabia Arenas Stringari De Parma

Resumo

Nas últimas décadas, todo o mundo tem passado por um processo de envelhecimento populacional, principalmente devido a evolução médica, fazendo com que doenças antes mortais, agora sejam tratáveis, ampliando a longevidade da população. Diante disso, é cada vez mais expressivo a quantidade de pessoas convivendo com doenças que ameaçam a continuidade da vida, que, nem sempre, apresentam terapias curativas. Nesse momento que o cuidado paliativo se faz presente e, dessa forma, vem ganhando cada vez mais destaque, já que objetiva amenizar qualquer tipo de sofrimento do paciente e sua família e auxiliar na percepção de que a morte é um processo natural. Esse tipo de cuidado inclui o trabalho com todos os tipos de sofrimento - físico, psicológico, social ou espiritual -, sendo nesse momento que a espiritualidade se faz integrante do processo de prover conforto e qualidade de vida. É importante ter em vista que o conceito de espiritualidade é diferente de religiosidade, sendo compreendido como sentido transcendental que a pessoa atribui à vida e aos seus valores, propósitos, além do modo que processa suas vivências. O objetivo do trabalho foi analisar o papel da espiritualidade para pacientes oncológicos em cuidados paliativos e sua influência no enfrentamento da finitude da vida. Foi realizada uma revisão de literatura narrativa na base de dados SCIELO, sendo utilizados os descritores ¿Cuidados Paliativos¿ e "Espiritualidade". Houve a seleção de 4 trabalhos para leitura na íntegra, sendo incluídos aqueles em idioma
português e escritos em período posterior a 2017. A pesquisa permitiu verificar que o adoecimento por uma neoplasia e a necessidade da instalação dos cuidados paliativos leva o paciente para um estado de sofrimento intenso, medo da morte, perda da autonomia por limitações, impotência frente aos acontecimentos, além de preocupação com o bem-estar da família. Diante disso, é inevitável que o paciente se vincule a espiritualidade, já
que esta será responsável por garantir uma qualidade de vida, possibilitar a ideia de vivência satisfatória e visão de autorrealização, sendo que, mesmo que haja dificuldade na visão de passado positivo, a espiritualidade age permitindo a ressignificação de experiências e manutenção da esperança. Tal ideia é corroborada com o fato de que os pacientes procuram mais uma linha espiritual e seguimento religioso após o diagnóstico, além de demostrarem maior paz e tranquilidade para lidar com o processo que vivem. Além do benefício para os pacientes, a espiritualidade é responsável por dar sentido ao cuidado paliativo, sendo imprescindível para toda a equipe interdisciplinar, permitindo tranquilidade e entendimento na atuação, possibilitando o oferecimento de conforto,
empatia e também o pensamento positivo para o paciente e sua família. Somado a isso, a família e rede do paciente também são auxiliados pela espiritualidade, sendo utilizada para conforto e auxílio na elaboração/enfrentamento do luto futuro. Diante do exposto, é notório que a espiritualidade apresenta grande influência no contexto do cuidado paliativo, já que é responsável por permitir que o paciente tenha um olhar valoroso de sua vivência frente a finitude do viver.



Palavras-chave: Cuidado Paliativo. Espiritualidade. Terminalidade da Vida.

Detalhes do artigo

Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS