AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO HIGIÊNICA E SANITÁRIA DE SURPERFÍCIES INANIMADAS UTILIZANDO BIOINDICADORES STAPHYLOCOCCUS AUREUS
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Resumo
O Staphylococcus aureus é um importante patógeno na comunidade, ocasionando patologias em diferentes tratos tais como digestório, pele e urinário; sendo encontrado como microbiota do trato respiratório superior e pele de adultos. Nos alimentos, está veiculado após processos de manipulação sem os padrões higiênicos-sanitários
necessários. Por ser uma bactéria que se adapta em condições de estresse (baixa atividade de água, pH ácido ou básico, pontecial de óxido-redução), pode sobreviver em alimentos e produzir enterotoxina. A intoxicação alimentar ocasionada pelo Staphylococcus aureus é uma das patologias veiculadas por alimentos mais frequente no
mundo e dentro desse contexto avaliar as condições que os alimentos são manipulados é essencial para a prevenção. O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade higiênicosanitária das superfícies inanimadas em uma indústria alimentícia no interior de São Paulo. Foram coletadas 30 amostras de superfícies inanimadas na área de produção, tendo como critério de escolha a frequência de manipulação pelos colaboradores e contato com os alimentos produzidos. A coleta foi realizada em dia e horário sem aviso prévio, para que não incorresse em viés metodológico e a possibilidade de limpeza das superfícies de tal forma que o objetivo não fosse alcançado. No dia da coleta, as superfícies foram friccionadas com swab estéril e acondicionada em tubos estéreis com meio de transporte Stuart. Todos os tubos foram transportados em caixa isotérmica apropriada com temperatura ambiente. No laboratório Didático de Análises Clínicas do Centro Universitário de Votuporanga ¿ São Paulo, os swabs foram agitados (Vortex ®) e semeados em ágar Sal Manitol Salgado, incubado a 35± 2ºC, por 24-48 horas. A análise
macroscópica e microscópica foi realizada com posterior identificação bioquímica: catalase, coagulase, DNAse, utilizando as condições anteriormente descritas para incubação. Das 30 amostras, 10 (33,3%) apresentaram crescimento de Staphylococcus sp.. Os locais com contaminação foram: esquadro, régua, máquina de embalar, carrinho, pá, caixa (2), bancada, cortador pequeno e máquina de ar. Não foi isolada Staphylcoccus aureus somente Staphylococcus coagulase negativo (SCN). O resultado não confirma a segurança nos locais de manipulação dos alimentos, pois as espécies encontradas podem estar presentes na microbiota humana com baixo potencial de ocasionar patologias, mas reforça a importância da boa prática em manipulação dos alimentos. A educação contínua corrobora a baixa frequência de contaminação alimentar, prevenindo patologias na comunidade.
Palavras-chave: Staphylococcus. Intoxicação. Doença. Bioindicadores.