CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE HEPATITES VIRAIS NO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA/SP
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Resumo
As hepatites virais constituem atualmente uma relevante questão de saúde pública no Brasil e no mundo distribuindo-se de maneira universal, atingindo vários segmentos da população e causando grande impacto de morbimortalidade em sistemas de saúde. O diagnóstico precoce desses agravos permite um tratamento adequado e impacta diretamente a qualidade de vida do indivíduo, sendo ainda um poderoso instrumento de prevenção de complicações mais frequentes, como cirrose avançada e câncer hepático. No Brasil, a partir de 2004, o governo, por meio da portaria nº 112/2004, determinou a implantação em toda hemocentro Nacional a realização dos testes para HIV, HBV e HCV em todas as amostras de sangue doadas Os testes rápidos surgiram em 2005 fazendo diagnósticos para HIV e hepatite B e C. Objetivo da pesquisa foi levantar os casos de hepatites virais no município de Votuporanga/SP e discutir sobre gênero, faixa etária, raça, tipo, fonte de infecção, classificação etiológica e classificação final, período de 2017 a 2020. Trata-se de uma pesquisa descritiva, quantitativa e retrospectiva. Os dados foram levantados do Datasus Tabnet (Informações de saúde e epidemiologia e morbidade), no período de 2017 a 2020. No período ocorreram 75 notificações de hepatites virais no município de Votuporanga. Desses 21 foram em 2017, 17 foram em 2018, 24 foram em 2019 e 13 foram em 2020. Do sexo masculino foram 56 (75%) e 19 (25%) do sexo feminino. Em relação a faixa etária em crianças e adolescente foram dois (3%) casos, 20 a 39 foram 12 (16%) casos, de 40 a 59 foram 46 (61%) casos e acima de 60 anos foram 15 (20%) casos. Quanto a raça 47 (62%) foram de brancos, oito (11%) pretos, 15 (20%) pardos, dois (3%) amarelos, dois (3%) indígenas e um (1%) ignorado. A classificação etiológica foi um (1%) de hepatite A, 26 (35%) de hepatite B, 45 (60%) de hepatite C e três (4%) de hepatite B e C. Vale ressaltar que o estudo de Timóteo et al (2020), a hepatite C teve praticamente a mesma incidência em homens comparado com esse estudo. Quanto a fonte de infecção seis foram no domicílio, seis forma sexual, seis por transfusão de sangue, sete por uso de drogas, oito por cirurgia, dois hemodiálise, um por transmissão vertical e 39 ignorado. Na classificação final dois (3%) foram hepatite aguda, 72 (96%) cronificaram e uma (1%) foi inconclusiva. Conclui-se que a maior incidência foi a hepatite C em homens na idade de 40 a 59 anos, provavelmente pela dificuldade e a falta de adesão desse grupo procurar o serviço de saúde. Este estudo colabora com os profissionais de saúde no sentido de realizar os testes rápidos e otimizar a prevenção e tratamento.
Palavras-chave: hepatite; prevenção; detecção precoce.