PSEUDO-HERMAFRODITISMO EM UMA PIT BULL - RELATO DE CASO

Conteúdo do artigo principal

Pedro Vilela Malta, Tadeu Marchi Sanches, Aline Cardoso Pereira

Resumo

O intersexo é uma das anomalias do desenvolvimento reprodutivo que acomete os cães. No entanto, o mecanismo que leva à sua ocorrência ainda não foi bem documentado e esclarecido. É mais frequente em suínos e caprinos e raramente verificados em equinos, cães, ovinos e bovinos. A intersexualidade pode ser classificada como hermafroditismo verdadeiro ou pseudo-hermafroditismo, baseada em critérios anatômicos. São classificados como pseudo-hermafroditas indivíduos que possuem gônadas de um sexo acompanhadas por uma genitália externa e características secundárias do sexo oposto. A partir disso, o objetivo desse trabalho é relatar um caso de pseudo-hermafrodismo em cadela, devido a sua raridade e onde foi necessária intervenção cirúrgica. Esse relato de caso foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais UNIFEV com o número de protocolo 005/23. Em setembro de 2022, foi atendida no Hospital veterinário de Ensino UNIFEV, uma cadela da raça Pit Bull de 1 ano e 5 meses com histórico de uma protuberância no canal vaginal. No exame físico específico foi constatado uma estrutura no canal vaginal, de consistência mole e firme no interior, coloração rósea, semelhante à um pênis canino, e presença de secreção mucóide no local. Ainda, foi palpado um aumento de volume em região inguinal bilateral, compatível com testículos ectópicos, os quais foram confirmados com exame ultrassonográfico. Na ultrassonografia abdominal não foram visibilizados útero e ovários. Assim, foi indicado a penectomia, orquiectomia e laparotomia exploratória para confirmação da ausência de trato reprodutivo feminino. Para tal, foi realizada a coleta de sangue para exames de bioquímica sérica e hemograma check-ups, e eletrocardiograma. A paciente foi submetida à uma laparotomia exploratória, onde não foi encontrado trato reprodutor feminino, orquiectomia na região inguinal e penectomia com sondagem prévia. O material foi guardado em formol 10% para ser, posteriormente, enviado para histopatologia. No retorno pós-cirúrgico a paciente apresentava bom estado geral, com as feridas cirúrgicas cicatrizadas. Foi feita a retirada dos pontos, e o tutor optou por não enviar o material para histopatológico. A paciente recebeu alta médica. Conclui-se a importância do presente relato, devido não ser um diagnóstico frequente na espécie canina.



Palavras-chave: intersexo; laparotomia; penectomia; pseudo-hermafrodita

Detalhes do artigo

Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS