RELAÇÃO ENTRE A MICROBIOTA INTESTINAL E AS DOENÇAS AUTOIMUNES

Conteúdo do artigo principal

Alany Lourenço de Lima, Catia Rezende

Resumo

Há anos tem sido estudada a relação entre as doenças autoimunes e a microbiota intestinal visto que, essa desempenha um papel fundamental na regulação da barreira epitelial, evitando ou aumentando a síndrome do intestino permeável que é causada quando ocorre a ruptura da barreira epitelial, formada por múltiplas camadas de células epiteliais que cobrem as superfícies externas da mucosa intestinal. O objetivo deste trabalho foi compreender a relação entre as doenças autoimunes e a microbiota intestinal. O presente estudo é uma revisão bibliografica, utilizando artigos da língua portuguesas e inglesas publicadas de 2007 a 2023. A busca ocorreu utilizando palavras-chave como disbiose, doenças autoimunes, diabetes tipo 1, Lúpus, Doença de Crohn, barreira epitelial em bases indexadas como Eletrônico Library Online (SciElo), Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE) e Google Acadêmico. Para realizar um estudo mais aprofundado, foi selecionado três doenças: lúpus eritromatoso sistêmico, diabetes tipo 1 e doença de Crohn. A pesquisa identificou que quando há um quadro de disbiose, a barreira epitelial é comprometida, facilitando a passagem de antígenos externos e bactérias para lúmen intestinal, o que provoca respostas imunes locais e sistêmicas, podendo aumentar ou até causar quadros de infecções, o que pode gerar o início a doenças autoimunes. Na diabetes tipo 1, a parede intestinal fica fragilizada, facilitando com que as células T cheguem as ilhotas pancreáticas e destruam a célula beta, responsável por formar a insulina, o que junto com outros fatores como o genético, pode dar início a patologia. No Lúpus, a disbiose atua como marcador do início da doença, testes realizados com animais, mostram que a microbiota intestinal não é essencial para o início da doença, entretanto a disbiose atua como exacerbador da patologia. Na doença de Crohn, ocorre uma autofagia celular, que resulta na fragilidade da barreira epitelial, facilitando a instalação da doença. Desta forma concluiu-se que dieta, estilo de vida e alguns fatores genéticos alinhados podem modular a microbiota intestinal, que quando o saudável resulta na integridade da barreira epitelial, atenuando os sinais da patologia, ou evitando sua estação completa.


Palavras-chave: disbiose; doenças autoimunes; doença de Crohn; Diabetes; Lúpus.

Detalhes do artigo

Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS
Biografia do Autor

Alany Lourenço de Lima, Catia Rezende, UNIFEV - Centro Universitário de Votuporanga

a