REVISÃO DE LITERATURA: RETENÇÃO DE PLACENTA EM BOVINOS LEITEIROS

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Afonso Albino Ramos Sant'ana, Ana Ellen Penna, Ana Julia Davoglio Pastore, Maria Eduarda Bustos Moreno, Raphael Marques De Paula

Resumo

A retenção placentária é uma condição que pode afetar a saúde reprodutiva e a produtividade das vacas, representando um desafio constante para os produtores em todo o mundo. Esse distúrbio ocorre quando uma vaca não é capaz de eliminar a placenta em um período de até 12 horas após o parto, podendo resultar em uma série de problemas, desde infecções uterinas até comprometimento da fertilidade. É uma das patologias mais frequentes relacionadas à reprodução das fêmeas bovinas, sendo as vacas leiteiras mais acometidas do que as de corte. O objetivo desta revisão foi analisar as principais causas, riscos, tratamentos e estratégias de prevenção associados à retenção de placenta em bovinos, assim como seu impacto na prática veterinária e a saúde dos bovinos de leite. A metodologia empregada neste estudo foi uma revisão de literatura, com leitura de obras pertinentes ao tema. A retenção placentária é uma condição complexa, decorrente da inabilidade da separação materno-fetal (desprendimento de placentomas) ou inércia uterina, que pode ser causada por uma variedade de fatores, como desequilíbrios nutricionais, estresse, infecções uterinas, desregulações hormonais, idade da vaca, partos múltiplos, predisposição genética, doenças infecciosas e metabólicas. Muitas vezes, a condição é resultado de uma combinação desses fatores. Os sinais clínicos mais evidenciados são: ausência de expulsão das membranas fetais, cólicas, putrefação das membranas uterinas de coloração acinzentada-amarelada, evolução para metrite. Essas vacas frequentemente têm uma queda na produção de leite e um maior intervalo entre partos, o que resulta em perdas econômicas para os produtores. Para o tratamento da doença, recomenda-se a retirada dos restos placentários e antissepsia do local. Deve-se reduzir a colonização bacteriana utilizando antimicrobianos. É necessário realizar o controle dos parâmetros fisiológicos do animal. A remoção manual da placenta é o método mais antigo e comum, porém não é recomendado, pois a tração inadequada pode trazer sérios prejuízos ao animal. A ocitocina e prostaglandina são hormônios que auxiliam as contrações uterinas e podem ser eficazes no tratamento de retenção de placenta por atonia uterina, porém, esta é responsável por uma porcentagem pequena dos casos de retenção de placenta, dificilmente podendo alterar a condição do animal. É essencial que o produtor estabeleça a causa da patologia e adote medidas específicas para evitar que o mesmo ocorra com outros animais. Para a prevenção, podem ser implantadas nutrição adequada para as vacas, evitar manejos estressantes, adotar medidas de higiene, manter o rebanho livres de doenças, principalmente abortivas. Pode - se concluir, que a gestão eficaz da retenção placentária é essencial para a saúde do rebanho. Muitos desafios necessitam ser superados para a prevenção desta patologia, e é de extrema importância consolidar o conhecimento atual e incentivar futuras pesquisas e melhorias nas práticas de manejo e cuidado com bovinos.



Palavras-chave: bovinos; distocia; membranas fetais; saúde reprodutiva.

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Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS