APONTAMENTOS SOBRE O JORNALISMO INDIE DA AGÊNCIA PÚBLICA: HQ MENINAS EM JOGO

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Nathalia Almeida SANTOS
Vera Lúcia Guimarães REZENDE

Resumo

Impulsionado pela convergência das mídias, o jornalismo independente se apropria da força das redes na internet para produzir narrativas alternativas àquelas veiculadas pelos meios de comunicação tradicionais. É uma forma de manter a subsistência da práxis diante das emergências contemporâneas. Nesse contexto, este trabalho procura analisar as características do jornalismo indie por meio da Pública, uma agência de jornalismo investigativo, com características próprias que permitem sua autonomia. Para esboçarmos essas tendências escolhemos como recorte da pesquisa a reportagem Meninas em Jogo, publicada em forma de história em quadrinhos pela agência a um mês do início da Copa do Mundo de 2014. A investigação jornalística em HQ faz parte de um dos eixos específicos da Pública, que aprofunda questões sobre a influência da Copa na vida de milhares de brasileiros. A reportagem aborda o turismo sexual em Fortaleza, capital do Ceará e em cidades vizinhas, durante as obras de reforma do estádio Castelão para a realização de jogos do Mundial. Apontamos detalhes sobre a produção da reportagem em quadrinhos que apresenta formato, linguagem e veiculação alternativos, fatores próprios das narrativas não hegemônicas. A partir das constatações realizadas durante a pesquisa foi possível perceber que o jornalismo independente traz uma variedade de estilos que só são possíveis a partir da autonomia do gênero, diferentemente da mídia tradicional que se vê na obrigatoriedade de cumprir agendas e prazos. Ainda sim podemos ressaltar que há uma similaridade, pois ambos exercem, à seu modo, o papel de fiscalizadores dos poderes na sociedade.

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Seção
HUMANAS E SOCIAIS