IMPLANTAÇÃO DE CATETER DE LONGA PERMANÊNCIA POR NEFROLOGISTAS EM UMA UNIDADE DE DIÁLISE DO NOROESTE PAULISTA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Tatiane Brasil de Souza PRETTO
Leticia Malheiros SOLER
Flavia Cristina de Freitas MAIA
Vera Lúcia Fugita dos SANTOS

Resumo

O número de pacientes com insuficiência renal crônica terminal, submetidos a
terapias renais substitutivas aumenta mundialmente cerca de 7% ao ano. As formas
mais comuns das terapias dialíticas são a hemodiálise e diálise peritoneal.
Atualmente, há cerca de 100 mil brasileiros em diálise, sendo a hipertensão arterial,
diabetes mellitus e glomerulonefrites as principais responsáveis pela falência da
função renal. Os acessos dialíticos são os principais meios para manutenção deste
tratamento, responsáveis direto pela manutenção da vida destes pacientes. Avaliar a
incidência de complicações referentes à implantação de cateteres de longa
permanência por nefrologistas, em pacientes renais crônicos de uma Unidade
Dialítica do Noroeste Paulista, no período de 01/01/2014 a 31/12/2015. Trata-se de
um estudo retrospectivo, exploratório sobre a incidência de complicações
decorrentes da implantação de cateteres de longa permanência por nefrologistas em
108 pacientes, avaliados desde o intra-operatorio até o sétimo dia da realização do
procedimento. Durante o período, os nefrologistas implantaram 32 cateteres
Tenckhoff e 76 Permcath em pacientes com idade entre 20 e 101 anos, sendo 60
homens e 48 mulheres, portadores de glomerulonefrite (2,78%), hipertensão arterial
(45,37%), diabetes mellitus (5,55%), associação entre hipertensão e diabetes
(34,26%), entre outras (12,04%). Dos 108 implantes, ocorreram 08 complicações
precoces (7,41%), aquelas decorrentes diretamente da implantação do cateter,
ocorridas entre o procedimento e 07 dias após; sendo ausência de fluxo (1),
extravasamento de líquido (2), deslocamento de cateter (1) infecção de óstio (1),
51
peritonite (1) e arritmia (2). Esses dados corroboram a literatura, que apontou
percentual de complicações decorrentes da utilização do cateter de longa
permanência entre 0,7 e 30% dos pacientes. O estudo evidenciou a possibilidade de
implantação de cateteres de longa permanência pelo nefrologista, pois observou
taxas aceitáveis de incidência de complicações, favorecendo assim, maior
independência da Unidade Dialítica, além de otimização dos procedimentos.
Palavras-chave: Insuficiência renal. Crônica. Terminal

Detalhes do artigo

Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS

Referências

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