A FLEXIBILIDADE ESPACIAL DAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL E AS EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS EM UMA SOCIEDADE COMPARTILHADA

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Tiago Carreira SCANDELAE
Maria Julia Barbieri EICHEMBERG

Resumo

Esta comunicação tem por objetivo analisar os projetos dos conjuntos habitacionais
de interesse social existentes, estabelecendo como contraponto as reais
necessidade de seus moradores, e também problematizar a forma atual dos projetos
das habitações onde é possível notar a falta de espaços de convívio
(compartilhados) que permita a experiência da vizinhança entre os moradores. O
programa de habitação de interesse social reproduziu um padrão periférico, um
isolamento da população de baixa renda, em áreas mais afastadas dos serviços e
da rede de infraestrutura urbana, elevando o aumento do custo de vida dos
moradores. Nos projetos de habitação social realizados no Brasil, os moradores se
deparam com uma grande limitação de área em todos os cômodos, principalmente
banheiro e cozinha. A Flexibilidade das construções é fundamental para os
moradores, pois é por meio dela que cada família irá expor suas características.
Sabe-se que frequentemente as moradias dos conjuntos habitacionais são
modificadas pelos moradores a fim de melhorar a funcionalidade das habitações. A
flexibilidade na habitação é baseada na possibilidade de explorar ligação entre o
usuário e a moradia. Os padrões construtivos dos novos projetos de habitação social
devem ser pensados de forma a facilitar as modificações futuras, de forma com que
cada pessoa possa criar seus espaços de acordo com as suas necessidades,
possibilitando a criação de diferentes cenários em um mesmo projeto base. Outro
aspecto encontrado nas habitações, não exclusivamente as de interesse social, é
uma certa individualidade das famílias nas habitações, onde na maioria das vezes
não existe a experiência da vizinhança. Convivemos em um espaço plural, em
constante transformações, que quando compartilhados são capazes de criar,
inventar e produzir histórias.

Palavras chave: Habitação social, Flexibilidade, Espaços compartilhados.

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Seção
HUMANAS E SOCIAIS

Referências

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