ESPAÇOS DO AFETO: UMA CARTOGRAFIA DAS CASAS DE AVÓ
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Resumo
Este artigo tem por objetivo investigar como o espaço urbano comunica a cultura do lugar a partir do momento em que um tipo de corpo o habita, transformando, deste modo, o lugar em um laboratório de experiências intersubjetivas. Assim, pode-se inferir que, o espaço em si, não passa de uma mera abstração e que só adquire sentido, na medida em que, é habitado por um corpo que lhe atribui um determinado uso. Para tanto, propõe-se analisar, empiricamente, as casas interioranas ou Casas de Avó, que passam a ser compreendidas como meio comunicativo capaz de agenciar múltiplas relações de pertencimento por meio de experiências compartilhadas entre os diferentes tipos de corpos que se hibridizam nos distintos lugares. Parte-se da questão: Como o espaço urbano pode comunicar a cultura de um lugar. Nossa hipótese é a de que somente por meio de uma cartografia sentimental seria possível apreender as relações de forças que, muitas vezes, vão além de meras formas ou objetos e que se atualizam somente quando ocorre um choque ou uma experiência de estranhamento entre a cultura e a imanência da vida. Metodologicamente, busca-se como fundamentação conceitual a ideia de percepção urbana (Ferrara, 1993) e de cartografia sentimental (Rolnik, 2014).
Palavras-chave: Afeto; Cartografia; Comunicação.
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Referências
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. 28 de novembro de 1947. Como criar para si um corpo sem órgãos. In Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 3. Trad. Aurélio Guerra Neto, Ana Lucia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik. Rio de Janeiro: Editora 34, 2008.
FERRARA, Lucrécia DAléssio. Olhar periférico: informação, linguagem, percepção ambiental. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1999.
KASTRUP, Virginia. A Invenção de Si e do Mundo - Uma Introdução do Tempo e do Coletivo no Estudo da Cognição. Autêntica Editora, 2007.
ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina; Editora da UFRGS, 2011.