MANEJOS CLÍNICOS DA PSICOSE: O caso Estamira na visão Psicanalítica e Analítica Comportamental

Autores

  • Carol Godoi Hampariam Docente - Unifev
  • Alencar Venâncio da Silva Tognon Graduando do curso de Psicologia - Unifev
  • Adriana Cristina de Jesus Rosa Graduando do curso de Psicologia - Unifev
  • Ana Paula Bissi Godoy Graduando do curso de Psicologia - Unifev
  • Anna Laura Queiroz de Lima Fernandes Graduando do curso de Psicologia - Unifev
  • Malena da Silva Jamberci Graduando do curso de Psicologia - Unifev
  • Mariana Mateus de Queiroz Graduando do curso de Psicologia - Unifev

Resumo

A Psicose em contexto geral é definida como um estado mental patológico caracterizado pela perda de contato do indivíduo com a realidade, e tal quadro psíquico torna desafiador o trabalho terapêutico e consequentemente evidencia questionamentos quanto aos manejos e eficácia do tratamento. Desse modo nesse trabalho analisou-se a longa-metragem Estamira baseado em duas diferentes abordagens técnico-teóricos da psicologia, uma vez que ambas apresentam formas distintas de elaborar o seu trabalho. A partir de uma perspectiva comportamental, seria necessário compreender os comportamentos alucinatórios de Estamira pelo meio em que ela está inserida, considerando as contingências ambientais instaladoras e que mantém esses comportamentos, para assim serem desenvolvidas técnicas visando a extinção desses sintomas. Na perspectiva psicanalista, busca-se adentrar no universo em questão, utilizando-se dos recursos linguísticos trazidos pela paciente, para promover aos poucos, a inserção de Estamira no mundo simbólico, a fim de estabelecer uma melhor qualidade de vida para si, e para sua relação com o Outro[1]. Conclui-se que, embora os pressupostos das abordagens sejam muito distintos, o foco do tratamento é único: promover uma melhor qualidade de vida do sujeito em questão, fazendo valer o rigor ético, técnico, filosófico, teórico e pratico da profissão.


[1] Na teoria lacaniana há a distinção entre o outro e o Outro, sendo aquele utilizado para se referir ao semelhante, as pessoas com quem um sujeito se relacionada, e este para descrever a relação do homem com tudo aquilo que influencia o seu modo de ser, permeado pela cultura e o mundo de experiências por ele vivenciado. (QUINET,2009)

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Publicado

2017-09-19

Edição

Seção

HUMANAS E SOCIAIS