PANDEMIA E SINTOMA SOCIAL: UM DIÁLOGO POSSÍVEL

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Carol Godoi Hampariam
Alessandro Caldeira Cavalari

Resumo

A pandemia da Covid-19 enfrentada pela população brasileira impôs mudanças nas relações sociais e a necessidade de uma ressignificação do enfrentamento da morte. No entanto, todo esse enfrentamento deixou sequelas sociais, físicas e. principalmente, emocionais. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo investigar o significado social da pandemia. Para tanto, a metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica exploratória, buscando o olhar social sobre o fenômeno pandêmico. Assim, reiterou-se a ideia de que a pandemia afetou de maneira particular cada uma das pessoas, mas. também, houve uma forma coletiva de adoecimento psíquico. O sofrimento experienciado ao viver o conflito de um Eu dividido entre a vida e a morte e a impotência diante de um não-saber fizeram com que o coletivo adoecesse de forma sincrônica, resultando, por exemplo, no aumento significativo dos diagnósticos de ansiedade e depressão, além dos casos de violência doméstica, divórcio e consumo de álcool e outras substâncias psicoativas. Conclui-se, portanto, que a forma coletiva de enfrentamento da pandemia pode ser traduzida como um sintoma social, pois o sintoma, para a psicanálise, é produzido pelo sujeito para se proteger das angústias e dos próprios desejos. Com isso, os adoecimentos coletivos representaram uma forma de enfrentar a pandemia, sem acessar, de fato, os afetos e os desejos de uma sociedade, escondendo os vestígios traumáticos sociais.      

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