MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIFÚNGICOS

Conteúdo do artigo principal

cATIA REZENDE
Renata SEgura
SELMA BERMEJO MENECHELLI RIVA
Valéria da Cruz Oliveira Castro

Resumo

As micoses humanas sistêmicas apresentam elevados índices de morbidade e mortalidade, considerada um importante problema de saúde pública no Brasil. Além destas patologias, as micoses superficiais que acometem pele e anexos, ocasionam desconforto estético para o paciente. O tratamento das micoses em geral é prolongado e apresenta efeitos colaterais, pois as células fúngicas apresentam semelhanças bioquímicas e fisiológicas com as células eucarióticas humanas. O arsenal de antifúngicos comercializados é restrito. Diante disto, é importante que o farmacêutico, profissional, comprometido com a prevenção e tratamento do paciente, compreenda os mecanismos de ação e resistência aos principais antifúngicos. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da literatura, utilizando artigos atuais, em sites indexados abordando o assunto. Conclui-se que os antifúngicos utilizados no tratamento das micoses apresentam graves efeitos colaterais, e seu uso incorreto pode ocasionar resistência e interferir no prognóstico do paciente, ocasionando morbidades e mortalidade. 

Detalhes do artigo

Seção
SAÚDE E BIOLÓGICAS
Biografia do Autor

cATIA REZENDE, CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOTUPORANGA

Farmácia, Departamento de Microbiologia

Renata SEgura, Centro Universitário de Votuporanga

Graduanda do curso de Farmácia

SELMA BERMEJO MENECHELLI RIVA, Centro Universitário de votuporanga

Farmaceutica-Bioquímica, especialista em Saúde Pública e Administração Hospitalar, docente da disciplina de Farmácia Hospitalar do Curso de Farmácia. 

Valéria da Cruz Oliveira Castro, CEntro Universitário de Votuporanga

Farmacêutica Industrial, mestre em Educação Médica, docente da disciplina epidemiologia e sáude pública do curso de FArmácia.

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