CRIAÇÃO DO VÍNCULO NO LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES DE SAÚDE COM ADOLESCENTES EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO NO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA-SP: RELATO DE EXPERIÊNCIA
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Resumo
No Curso de Medicina da UNIFEV, a Prática de Integração Ensino-Serviço-Comunidade (PIESC) é a Unidade Curricular que tem a responsabilidade didático-pedagógico-social de proporcionar ao aluno a oportunidade de vivenciar a dinâmica do cotidiano de atenção à saúde dos indivíduos nos diferentes ciclos de sua vida, e assim analisar as diferentes possibilidades de ferramentas teórico-científicas disponíveis para melhor intervir e promover a saúde da população atendida. No 1º período do curso a Unidade Temática é a Adolescência. A definição mais simples de adolescência, segundo Porto (2014), é o período de transição entre a infância e a vida adulta. É um período marcado por vulnerabilidades, busca constante para encontrar sua real personalidade e mudanças corporais. Ao profissional de saúde é importante a percepção dessas vulnerabilidades, por meio das necessidades de saúde identificadas. Alguns autores organizam as necessidades de saúde em quatro grandes conjuntos de necessidades: boas condições de vida, acesso a toda tecnologia de saúde capaz de prolongar e melhorar a vida, vínculo e autonomia do paciente/cliente. O vínculo é a relação pessoal estreita e duradoura entre o profissional de saúde e o paciente, permitindo, com o passar do tempo, que os laços criados se estreitem e os mesmos se conheçam cada vez mais, facilitando a continuidade do tratamento; bem como uma aproximação mais efetiva entre o paciente e o profissional, de modo a se estabelecer relações de escuta, de diálogo e de respeito. Nesse contexto, o presente trabalho tem o objetivo de evidenciar a importância vínculo no levantamento de necessidades de saúde dos adolescentes para obtenção de dados e futuras intervenções. Trata-se de uma abordagem quanti-qualitativa envolvendo 33 alunos do primeiro ano do Ensino Médio em uma Escola Estadual do município de Votuporanga-SP. Foram realizados cinco encontros com exposições dialogadas e posterior formação de grupos menores com dois acadêmicos e de cinco alunos por encontro, em média, para uma melhor interação e criação de vínculo. Por meio dessa metodologia, foi permitido o estabelecimento de um bom relacionamento e, consequentemente, a identificação de vários adolescentes usuários de narguilé e outras drogas lícitas e ilícitas, vida sexual desorientada e desprotegida e má alimentação. Além disso, foi observada uma grande evasão escolar, presença de adolescentes portadores de deficiência física e cognitiva e Síndrome de Down. A maior parte dessas informações foram transmitidas gradativamente de acordo com a criação do vínculo. Assim, enquanto graduandos, percebemos a importância do estabelecimento do vínculo na relação médico-paciente, com vistas na assistência integral e humanizada.
Palavras-chave: Adolescente. Vínculo. Saúde.
REFERÊNCIAS:
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FONSECA, F. F. et al. As vulnerabilidades na infância e adolescência e as políticas públicas brasileiras de intervenção. Revista Paulista de Pediatria. 2013.
PORTO, C. C. Semiologia Médica. 7ª edição. Guanabara Koogan, 2014.