O ESPAÇO COMO MEIO COMUNICATIVO: MEIA-NOITE EM PARIS E A REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM WOODY ALLEN
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Resumo
Este trabalho tem por objetivo a investigação do modo como a imagem cinematográfica constrói espacialidades, ou seja, representações da dimensão comunicativa do espaço. Para tanto, propõe-se, empiricamente, a análise do longa-metragem Meia-Noite em Paris (2011), escrito e realizado pelo cineasta nova-iorquino Woody Allen. Ator, roteirista e diretor de longa data, Allen é reconhecido pelo destaque que atribuiu à imagem urbana em grande parte de sua filmografia, principalmente por conta de seu fascínio pela cidade que nunca dorme, sua terra natal e local onde ambientou a maioria de seus trabalhos. No entanto, em meados dos anos 2000, em decorrência de questões ligadas a dificuldades na obtenção de financiamentos, Allen decidiu ampliar seus horizontes e passou uma longa temporada filmando em metrópoles europeias. Depois de rodar trabalhos na Inglaterra e na Espanha, foi na França, mais precisamente em Paris, onde o cineasta encontrou o ambiente ideal para situar a história de um aspirante a escritor, que sonha em abandonar os Estados Unidos e levar uma vida dedicada à busca de inspiração artística. Com isso, a capital francesa, juntamente com suas diferentes dinâmicas, constrói significações na obra cinematográfica do diretor e revela que a função da urbe não se restringe à de simples suporte ou de mero cenário espetacularmente midiatizado. Ao contrário, o núcleo urbano assume o papel de mediador ativo da informação fílmica, moldando a ação do enredo e atribuindo novas interpretações à obra cinematográfica, por meio da expressão de seus signos e linguagens particulares, sempre associados às vivências e afetos de seu autor. Metodologicamente, esta pesquisa toma por base conceitual a ideia de imagem urbana como reminiscência, discutida por Lucrécia D. Alessio Ferrara, no texto As máscaras da cidade(1990).
Palavras-chave: Cinema; Comunicação; Espaço urbano.
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Referências
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FERRARA, Lucrécia D. Alessio. As máscaras da cidade. Revista USP, São Paulo, n. 5, p. 3-10, mar./maio. 1990. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25521>. Acesso em: 30 set. 2015.
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