DTUIF URÓLITOS ASSOCIADOS E EFEITOS DELETÉRIOS REVISÃO DE LITERATURA
Conteúdo do artigo principal
Resumo
A Doença do Trato Urinário Inferior de Felinos (DTUIF), também conhecida como síndrome urológica felina, caracteriza-se pela presença de sedimentos na uretra, causando inflamação e estenose. Ela é mais frequente em machos devido ao estreitamento da uretra após o trígono vesical, que se estende até a porção peniana. Este estudo, conduzido na modalidade de revisão literária, teve como objetivo principal esclarecer o curso da DTUIF, incluindo suas principais causas e manifestações clínicas e assim aprimorar o diagnóstico futuro. Foi feita uma revisão de publicações especializadas em que as palavras-chave de busca foram: DTUIF, gatos obstruídos, urolitiase felina. Tendo em conta a literatura analisada pôde-se observar que a DTUIF é uma patologia idiopática que afeta principalmente machos com sobrepeso, submetidos a dietas ricas em proteína seca, com baixa ingestão de água; entretanto disputas territoriais com outros gatos e alterações ambientais e alimentares também são fatores predisponentes. Os urolitos muitas vezes associados a essa condição, são na maioria das vezes de estruvita, no entanto também é possível a presença de urólitos de oxalato de cálcio, de urato, de cistina e de sílica. No caso da estruvita, sua composição inclui magnésio, amônio e fosfato, podendo conter quantidades significativas de fosfato de cálcio ou carbonato de cálcio. A formação desses urolitos está relacionada à presença de urina supersaturada com esses minerais, frequentemente associada a infecções urinárias, alcalinidade e uma dieta inadequada. O tratamento abrange abordagens cirúrgicas, farmacológicas, alimentares individuais ou em associação. Outro tipo de urólito é o de oxalato de cálcio, comun na pelve renal e ureteres de machos idosos não castrados associado a presença de testosterona. Urólitos de urato resultam do aumento de ácido úrico na urina, podendo ser tratados através do aumento da dissolução do ácido úrico e da redução da produção de íons amônio. Já os urólitos de cistina resultam da deficiência no transporte renal de cistina, sendo menos solúveis em pH ácido e mais solúveis em pH alcalino. Também existem os urólitos de sílica, cuja origem é desconhecida. Entre os sinais clínicos observados estão a lambedura excessiva da região peniana, vocalização durante o uso da caixa de areia, hematúria (macro ou microscópica), disúria/estrangúria, polaciúria, periúria e obstrução uretral completa ou incompleta. A obstrução uretral é uma situação de urgência ou emergência que coloca em risco a vida do animal após 72 horas, levando o paciente a quadros de azotemia potencialmente fatal. Em estágios pós-renais, ocorre uma desarmonia hidroeletrolítica que afeta o equilíbrio ácido-base com consequências cardiovasculares como arritmias e diminuição da pressão sanguínea além de alterações neurológicas. O diagnóstico da DTUIF envolve a avaliação clínica, análise urinária, ultrassonografia e exames bioquímicos, com a composição dos urolitos indicando a necessidade de abordagens específicas para sua resolução. Em casos de obstrução recorrente, a penectomia pode ser recomendada como medida preventiva.
Palavras-chave: dtuif; penectomia; sedimentos; obstrução.