ANÁLISE FUNCIONAL PRÉ-OPERATÓRIA EM CIRURGIA CARDÍACA

Resumo

A fisioterapia respiratória tem participado no tratamento de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca (CC), bem como na profilaxia de complicações operatórias e diminuição do tempo de internação com a intervenção preventiva pré-operatória. A cirurgia cardíaca, como processo de agressão ao organismo, altera a mecânica ventilatória, índice de troca gasosa, favorece aparecimento de atelectasia, pneumonia, hipoxemia e derrame pleural, que podem interferir na evolução do pós-operatório. O presente estudo teve como principal objetivo identificar de que forma as variáveis pré-operatórias como pressão inspiratória máxima (PImax), pressão expiratória máxima (PEmax), pico de fluxo expiratório (Peak Flow), força de preensão palmar (FPM), metros percorridos no teste da caminhada de seis minutos (TC6), itens denominados pelo presente estudo de capacidade funcional respiratória, capacidade funcional cardiovascular e força muscular periférica, podem influenciar o tempo de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e o tempo de internação hospitalar, bem como na predição do aparecimento de complicações pós-operatórias. A amostra foi constituída por 22 indivíduos em pré-operatório de CC, do sexo masculino e feminino, com idade média de 59 anos. Na capacidade funcional respiratória foram avaliados a PImax e PEmax por meio da manovacuometria e o Peak Flow por meio do Peak Flow Meter, a FPM por meio da dinamometria e avaliou-se capacidade funcional cardiovascular por meio do TC6. Os resultados demonstraram diferença significativa entre os valores obtidos pelos testes de capacidade funcional, força muscular periférico e os valores previstos, indicando diminuição significativa nos pacientes avaliados. As variáveis funcionais estudadas não apresentaram correlação significativa com as complicações pós-operatórias ou com o tempo de internação, entretanto, apontaram influencia negativa sobre os mesmos. Sugere-se pesquisa com a fisioterapia pré-operatória intervencionista, estabelecendo grupo controle na amostra e análise complementar da evolução da capacidade funcional pós-operatória, na expectativa de potencial diminuição de complicações, do tempo de internação e custos hospitalares relacionados.