ANÁLISE COMPARATIVA DA INFLUÊNCIA DA ESTEIRA ERGOMÉTRICA NA MARCHA DE CRIANÇAS COM ALTERAÇÕES NEUROFUNCIONAIS: RELATO DE CASO
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Resumo
O Transtorno do Espectro Autista compreende uma disfunção neurológica que deriva desde fatores do ambiente, até genéticos, como anormalidades cromossômicas. Crianças com este transtorno podem apresentar dificuldade e/ou alteração em seu desenvolvimento. A lisencefalia é o desenvolvimento incompleto do cérebro resultando em cérebro de superfície lisa. Portadores dessa síndrome apresentam falha no desenvolvimento pós-natal, comprometimento psicomotor, déficit de crescimento, convulsões e espasticidade e/ou hipotonia muscular. O aprendizado da marcha é desafiador e a intervenção motora oferece amplos recursos para as crianças portadoras de alguma disfunção neurológica. A esteira ergométrica traz estratégias na reabilitação locomotora, permite a prática do padrão correto da marcha cineticamente, fornece suporte parcial no tronco, e melhora no comportamento motor. O objetivo da pesquisa foi avaliar a intervenção da esteira ergométrica na marcha de uma criança de 4 anos, do sexo masculino com diagnóstico de lisencefalia e transtorno do espectro autista. Foi realizada avaliação da marcha, testes de equilíbrio estático e dinâmico, avaliação da funcionalidade e análise do desempenho na esteira. Efetuou-se a reavaliação após dez sessões para comparar os resultados das variáveis antes e após a implantação da prática fisioterapêutica. Foi utilizado treinamento proprioceptivo, estimulação sensorial e treino de marcha na esteira. Os resultados demonstram melhora da qualidade da marcha na realização das fases no processo fisiológico como apoio do calcanhar, fase de balanço e impulso, apresentou melhora significativa na funcionalidade como: sentar e levantar sem apoio, entrar e sair do carro de forma independente, apoio unipodal, melhora do equilíbrio estático e dinâmico sem apoio, pula e desvia de obstáculos durante a caminhada, consegue subir escadas sem apoio ou auxilio e não utiliza os braços para impulsionar a marcha. Os achados na literatura evidenciam melhoras significativas no equilíbrio, desenvoltura no tônus e força muscular, coordenação e planejamento motor. Além disso, observou-se em outros estudos, aumento de velocidade, comprimento da passada e cinemática articular. Em adição, os trabalhos evidenciaram que a fraqueza muscular é um fator limitante primário de deambulação em crianças com alterações neurológicas. Assim, fica evidenciado que o treino da marcha em crianças com disfunções neurológicas é uma importante abordagem fisioterapêutica a ser buscada, propiciando avanço na atividade motora e permitindo viver experiências, hábitos e comportamentos específicos nas tarefas cotidianas.
Palavras-chave: fisioterapia; esteira ergométrica; autismo; lisencefalia.
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Declaração de Direito Autoral
Autorização Autor: Título do Trabalho: Autorizo, para os devidos fins, de forma gratuita, a publicação de meu trabalho, acima indicado.